
Direita resiste à proposta alternativa sobre anistia

A proposta alternativa de anistia, que está sendo articulada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com o apoio do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), vem enfrentando resistência dentro do Partido Liberal (PL), uma das maiores legendas da direita brasileira e que tem no ex-presidente Jair Bolsonaro o principal expoente.
A medida, que surge como uma alternativa para tentar minimizar as tensões políticas geradas a partir das condenações pelos atos de 8 de janeiro, tem causado divisão entre parlamentares e lideranças políticas.
Isso porque uma ala da direita tem interpretado essa possível nova proposta como uma espécie de “meia anistia” que, para muitos, poderia, de fato, suavizar as responsabilidades legais de envolvidos nos atos golpistas, mas sem uma extensão completa de perdão.
Além disso, também tem sido especulado que essa articulação tenha sido influenciada por uma aproximação entre Davi Alcolumbre, Hugo Motta e o Palácio do Planalto. Recentemente, os dois dirigentes do Legislativo viajaram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Vaticano, onde participaram da despedida do Papa Francisco, o que gerou especulações sobre uma articulação de um entendimento mais amplo sobre o tema da anistia.
Dentro do PL há quem veja a proposta com ceticismo. Para esses parlamentares, a "meia anistia" não seria suficiente para atender as expectativas de parte do eleitorado bolsonarista, que ainda considera as manifestações de 8 de janeiro um episódio de contestação, e não de golpe.
Queda de braço
Conforme mostrado pela imprensa nacional, o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), considerou como boa articulação de um ‘caminho do meio’, ou seja, uma alternativa ao processo de anistia. A defesa do senador conta, porém, com ressalvas.
“Eu acho ótimo, desde que não se fale em anistia para mandantes e financiadores do crime. E não estou olhando para o Bolsonaro, que já está inelegível e, se depender de mim, pode ser candidato porque não me incomoda”, declarou à Folha de S. Paulo.
Na outra ponta, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) alega que a construção de um processo nesse sentido é uma “prova inequívoca” de que não houve tentativa de golpe de estado.
“O próprio Senado articula com o STF a redução das penas dos presos no 8 de janeiro. Se fosse golpe, estariam exigindo penas maiores, não soltura”, disse em publicação no X.
Manifestação
O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, principal liderança do PL, convocou uma nova manifestação em favor da anistia, tentando mobilizar seus apoiadores. Ele convocou o ato para o próximo dia 7 de maio.
Ainda internado na capital federal, onde se recupera de uma cirurgia no abdômen, Bolsonaro não deve participar da manifestação. O pastor Silas Malafaia, apoiador do expresidente, irá organizar o evento, segundo informações do portal Poder360. A concentração bolsonarista será às 16h na Torre de TV.
A condenação da cabeleireira Débora dos Santos, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 14 anos de prisão após pichar “Perdeu, mané” com batom na estátua “A Justiça”, na sede da Corte, tende a ser uma das principais pautas do ato.
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