
Professores da rede municipal de Aparecida de Goiânia entram em greve

Os professores e os funcionários administrativos da rede municipal de ensino de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, decidiram entrar em greve nesta terça-feira (29). O movimento grevista é liderado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) e pelo Comando de Luta. Dezenas de servidores fizeram um ato, na tarde de segunda-feira (28), na Avenida Rio Verde.
Sobre a paralisação das atividades nas escolas e creches nesta terça, nem a Prefeitura de Aparecida de Goiânia e nem as direções das duas instituições que comandam o movimento grevista no municípoio souberam informar, precisamente, quantas unidades e crianças foram afetadas com a greve.
À frente do Comando de Luta, a professora Solange Amorim estimou que 30 unidades estão fechadas parcial e total no município nesta terça. O presidente da regional do Sintego, professor Valdeci Português, informou à reportagem que o grupo se reuniu na manhã desta terça para fazer o levantamento acerca da adesão da greve. O número de crianças prejudicadas ainda não foi divulgado.
Segundo os grevistas, são reivindicados para os professores a diferença do percentual do piso nacional da categoria, referente aos anos de 2015 a 2023; e reajuste do salário deste ano. Para os administrativos, além do reajuste salarial, eles pedem plano de carreira (veja lista completa ao final desta reportagem).
A Prefeitura de Aparecida, por meio de nota, informou que apresentou, na sexta-feira (25), uma proposta à categoria. No documento, segundo o município, foi oferecido o pagamento do novo valor do piso nacional, a partir do mês de maio. A prefeitura ressaltou ainda aos servidores que estudaria "uma forma de viabilizar o pagamento do retroativo referente aos primeiros quatro meses do ano".
A atual gestão da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, que assumiu o município em janeiro de 2025, herdou dívidas superiores a R$ 500 milhões. Mesmo diante das dificuldades financeiras, a administração já quitou R$ 58 milhões em débitos da folha de pagamento referente a dezembro de 2024, deixados pela gestão anterior. Além disso, a atual gestão mantém o salário dos servidores rigorosamente em dia, efetuando o pagamento dentro do mês trabalhado", cita trecho do comunicado (veja íntegra da nota ao final deste texto).
Em relação aos reajustes salariais, a professora lamentou que o município ofereça um valor "24,52% abaixo que o piso nacional".
A proposta da prefeitura foi reajuste de 5% para o administrativo e 6,27% para professores. Desconsiderando todo o restante da pauta que foi construída e não atendida desde 2015, ou seja, dez anos, sendo que vereadores tiveram 37% de aumento", comparou Amorim.
Ela frisou que essa greve "é por tempo indeterminado até a prefeitura atender a pauta" de reivindicações da categoira.
A prefeitura acrescentou que na segunda-feira (28) foi realizada nova reunião com o Sintego. Mas a proposta apresentada pela gestão não foi aceita pela categoria.
Mesmo assim, a administração municipal reafirma seu compromisso com o diálogo e transparência, buscando soluções que respeitem os limites orçamentários do município e garantam os direitos dos servidores da educação", finaliza a nota.
Pauta de reivindicações dos profissionais de educação de Aparecida de Goiânia:
Professores
1 - Piso salarial
- Retroativos do porcentagem de 2015 a 2023) que, segundo a categoria, não foram pagos;
- Reajuste de 2025.
2 - Titularidades
3 - Progressões
4 - Quinquênios
5 - Licenças
6 - Excesso de trabalho burocráticos.
7- Auxílio locomoção.
8 - Retorno do planejamento de 2 horas semanais.
Funcionários do administrativos
1 - Data base dos administrativos
- Reajuste de 2025;
- Alteração no plano de carreira para que ocorra os reajustes no início do ano juntamente com os professores.
2 -Titularidades
3 - Progressões
4 - Quinquênios
5 - Licenças
6 - Reajuste do vale alimentação.
7- Auxílio locomoção.
8 - Desconto do Ipasgo sem incidir sobre o valor total dos vencimentos.
9 -Insalubridade e periculosidade.
10 -Enquadramento das Agentes educativas ao cargo de P1.
11 - Extensão de carga horária para 40 horas de forma opcional.
Pautas Gerais
1 - Concurso público para professores e administrativos.
2- Transparência na aplicação dos recursos do Fundeb.
Comando de Luta da Educação de Aparecida de Goiânia
Íntegra da nota da Prefeitura de Aparecida de Goiânia
A atual gestão da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, que assumiu o município em janeiro de 2025, herdou dívidas superiores a R$ 500 milhões. Mesmo diante das dificuldades financeiras, a administração já quitou R$ 58 milhões em débitos da folha de pagamento referente a dezembro de 2024, deixados pela gestão anterior. Além disso, a atual gestão mantém o salário dos servidores rigorosamente em dia, efetuando o pagamento dentro do mês trabalhado.
Diante dessa realidade financeira, a Prefeitura, por meio das secretarias de Educação, Administração, Fazenda e Procuradoria Geral do Município, mantém diálogo constante com a categoria para, com responsabilidade e transparência, tratar da questão do Piso Nacional dos Professores.
Como parte do esforço de valorização dos servidores da educação, a administração municipal apresentou, na última sexta-feira, 25 de abril, uma proposta à categoria: pagar o novo valor do piso nacional a partir de maio e estudar uma forma de viabilizar o pagamento do retroativo referente aos primeiros quatro meses do ano.
Nesta segunda-feira, 27 de abril, foi realizada nova reunião entre a Prefeitura e o Sintego. A proposta apresentada pela gestão municipal não foi aceita pela categoria. Mesmo assim, a administração municipal reafirma seu compromisso com o diálogo e transparência, buscando soluções que respeitem os limites orçamentários do município e garantam os direitos dos servidores da educação.
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