Professores da rede municipal de Aparecida de Goiânia entram em greve

Dentre reivindicações, servidores da educação querem reajuste do piso nacional e data base para os administrativos. Prefeitura informou que apresentou proposta que foi rejeitada pela categoria
Por Jornal Daqui
Data: 30/04/2025
Servidores da educação durante manifestação na Avenida Rio Verde, em Aparecida de Goiânia, na tarde da última segunda-feira (Divulgação/Comando de Luta)

Os professores e os funcionários administrativos da rede municipal de ensino de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, decidiram entrar em greve nesta terça-feira (29). O movimento grevista é liderado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) e pelo Comando de Luta. Dezenas de servidores fizeram um ato, na tarde de segunda-feira (28), na Avenida Rio Verde.

Sobre a paralisação das atividades nas escolas e creches nesta terça, nem a Prefeitura de Aparecida de Goiânia e nem as direções das duas instituições que comandam o movimento grevista no municípoio souberam informar, precisamente, quantas unidades e crianças foram afetadas com a greve.

À frente do Comando de Luta, a professora Solange Amorim estimou que 30 unidades estão fechadas parcial e total no município nesta terça. O presidente da regional do Sintego, professor Valdeci Português, informou à reportagem que o grupo se reuniu na manhã desta terça para fazer o levantamento acerca da adesão da greve. O número de crianças prejudicadas ainda não foi divulgado.

Segundo os grevistas, são reivindicados para os professores a diferença do percentual do piso nacional da categoria, referente aos anos de 2015 a 2023; e reajuste do salário deste ano. Para os administrativos, além do reajuste salarial, eles pedem plano de carreira (veja lista completa ao final desta reportagem).

A Prefeitura de Aparecida, por meio de nota, informou que apresentou, na sexta-feira (25), uma proposta à categoria. No documento, segundo o município, foi oferecido o pagamento do novo valor do piso nacional, a partir do mês de maio. A prefeitura ressaltou ainda aos servidores que estudaria "uma forma de viabilizar o pagamento do retroativo referente aos primeiros quatro meses do ano".

A atual gestão da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, que assumiu o município em janeiro de 2025, herdou dívidas superiores a R$ 500 milhões. Mesmo diante das dificuldades financeiras, a administração já quitou R$ 58 milhões em débitos da folha de pagamento referente a dezembro de 2024, deixados pela gestão anterior. Além disso, a atual gestão mantém o salário dos servidores rigorosamente em dia, efetuando o pagamento dentro do mês trabalhado", cita trecho do comunicado (veja íntegra da nota ao final deste texto).

Em relação aos reajustes salariais, a professora lamentou que o município ofereça um valor "24,52% abaixo que o piso nacional".

A proposta da prefeitura foi reajuste de 5% para o administrativo e 6,27% para professores. Desconsiderando todo o restante da pauta que foi construída e não atendida desde 2015, ou seja, dez anos, sendo que vereadores tiveram 37% de aumento", comparou Amorim.

Ela frisou que essa greve "é por tempo indeterminado até a prefeitura atender a pauta" de reivindicações da categoira.

A prefeitura acrescentou que na segunda-feira (28) foi realizada nova reunião com o Sintego. Mas a proposta apresentada pela gestão não foi aceita pela categoria.

Mesmo assim, a administração municipal reafirma seu compromisso com o diálogo e transparência, buscando soluções que respeitem os limites orçamentários do município e garantam os direitos dos servidores da educação", finaliza a nota.

Pauta de reivindicações dos profissionais de educação de Aparecida de Goiânia:

Professores

1 - Piso salarial

- Retroativos do porcentagem de 2015 a 2023) que, segundo a categoria, não foram pagos;

- Reajuste de 2025.

2 - Titularidades

3 - Progressões

4 - Quinquênios

5 - Licenças

6 - Excesso de trabalho burocráticos.

7- Auxílio locomoção.

8 - Retorno do planejamento de 2 horas semanais.

Funcionários do administrativos

1 - Data base dos administrativos

- Reajuste de 2025;

- Alteração no plano de carreira para que ocorra os reajustes no início do ano juntamente com os professores.

2 -Titularidades

3 - Progressões

4 - Quinquênios

5 - Licenças

6 - Reajuste do vale alimentação.

7- Auxílio locomoção.

8 - Desconto do Ipasgo sem incidir sobre o valor total dos vencimentos.

9 -Insalubridade e periculosidade.

10 -Enquadramento das Agentes educativas ao cargo de P1.

11 - Extensão de carga horária para 40 horas de forma opcional.

Pautas Gerais

1 - Concurso público para professores e administrativos.

2- Transparência na aplicação dos recursos do Fundeb.

Comando de Luta da Educação de Aparecida de Goiânia

Íntegra da nota da Prefeitura de Aparecida de Goiânia

A atual gestão da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, que assumiu o município em janeiro de 2025, herdou dívidas superiores a R$ 500 milhões. Mesmo diante das dificuldades financeiras, a administração já quitou R$ 58 milhões em débitos da folha de pagamento referente a dezembro de 2024, deixados pela gestão anterior. Além disso, a atual gestão mantém o salário dos servidores rigorosamente em dia, efetuando o pagamento dentro do mês trabalhado.

Diante dessa realidade financeira, a Prefeitura, por meio das secretarias de Educação, Administração, Fazenda e Procuradoria Geral do Município, mantém diálogo constante com a categoria para, com responsabilidade e transparência, tratar da questão do Piso Nacional dos Professores.

Como parte do esforço de valorização dos servidores da educação, a administração municipal apresentou, na última sexta-feira, 25 de abril, uma proposta à categoria: pagar o novo valor do piso nacional a partir de maio e estudar uma forma de viabilizar o pagamento do retroativo referente aos primeiros quatro meses do ano.

Nesta segunda-feira, 27 de abril, foi realizada nova reunião entre a Prefeitura e o Sintego. A proposta apresentada pela gestão municipal não foi aceita pela categoria. Mesmo assim, a administração municipal reafirma seu compromisso com o diálogo e transparência, buscando soluções que respeitem os limites orçamentários do município e garantam os direitos dos servidores da educação.

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