Mais da metade dos pacientes do Crer são pessoas idosas
Apenas no Estado, há mais de 648.873 goianos com mais de 65 anos entre os 7.056.495 habitantes totais segundo o Censo Demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa parcela representa 9,2% da população e apresentou um aumento que antes era 6,3% na pesquisa anterior de 2010. A nível nacional são mais de 22 milhões de brasileiros com mais de 65 anos, cerca de 11% da população nacional.
A melhora na qualidade de vida acumulado com a acessibilidade do atendimento à saúde proporcionou que mais pessoas possam atingir essa faixa etária. Com isso também vem a potencialização de certos riscos de saúde que essa população pode ser acometida. Entre eles, o risco mais comum que as pessoas idosas enfrentam é o risco de queda.
Apesar da queda em si não representar um risco muito grande para uma pessoa não idosa, a parcela de idade mais avançada pode ser mais vulnerável às lesões. Entre os principais riscos estão as fraturas de quadril, fratura na medula e traumatismo craniano, segundo o gerente de reabilitação física e visual do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), Eduardo Carneiro. De acordo com ele, a unidade realiza cerca de 130 cirurgias de quadril por mês, ao qual 60% é causado por traumas e atendem cerca de 150 pacientes por mês por conta das quedas.
Além dos riscos de saúde, o processo de internação de uma pessoa idosa é mais prolongado do que as outras, o que pode prolongar ainda mais o processo de cura. Como afirma, um jovem fica internado em média 2 a 5 dias após uma cirurgia, enquanto isso, um idoso fica de 5 a 10 dias nos locais. Além disso, o tempo para a reabilitação também é maior, enquanto um jovem possui um tempo médio de 2 meses de reabilitação, o idoso pode chegar a ter de precisar um semestre dependendo da gravidade para o processo completo. Ainda segundo o especialista, mais de 50% dos pacientes da instituição atualmente são pessoas com mais de 60 anos.
A instituição em si oferece atendimentos gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as terapias, o centro oferece sessões de fisioterapia e hidroterapia, além de um atendimento psicológico quando necessário. Além disso, Eduardo relata também que a unidade também faz atendimento domiciliar aos pacientes. “[Por mês] atendemos cerca de 60 pacientes nos próprios domicílios com o Crer em casa, que é o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD)”, além dos tratamentos ele lembra que os dispositivos de marcha, como bengalas também podem ser prescritos gratuitamente pela instituição.
O último processo que a instituição oferece é a capacitação de familiares para os cuidados necessários para proteger um domicílio de possíveis quedas. Entre as instruções que oferece ao público está: a instalação de barras de apoio nos principais cômodos para que os idosos possam segurar; deixar um ambiente sempre iluminado; não utilizar tapetes, oferecer ao familiar calçados com aderência e deixar o piso seco e encerado para evitar deslizamentos.