Dia Nacional de Combate ao Fumo

Especialista alerta para os riscos do tabagismo e reforça a necessidade de ações de prevenção
Por O Hoje
Data: 29/08/2025
O tabagismo pode desencadear aproximadamente 50 problemas de saúde

O Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado nesta sexta-feira (29), chama atenção para os impactos do tabagismo na saúde pública e na sociedade. Criada em 1986, a data reforça ações de conscientização sobre os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais provocados pelo tabaco, considerado um grave problema de saúde coletiva. Dados recentes do Ministério da Saúde mostram que, entre 2023 e 2024, o número de fumantes adultos no Brasil cresceu 25%, revertendo uma tendência de queda que se mantinha por 18 anos. O levantamento ainda aponta que o uso de cigarros eletrônicos também aumentou: 2,6% dos adultos das capitais passaram a utilizar o dispositivo, contra 2,1% em 2023. O cenário preocupa especialistas, que alertam para a necessidade urgente de reforçar campanhas de prevenção.

Segundo a oncologista Dr. Daiana Oliveira, mais de 174 mil brasileiros morrem anualmente por doenças associadas ao tabaco, sendo 55 mil deles vítimas de câncer. “O tabagismo ainda é um dos principais fatores de risco para diversas doenças graves. No mundo, cerca de 8 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao consumo de tabaco”, afirma. Entre os tipos de câncer mais relacionados ao tabagismo, o de pulmão se destaca. No Brasil, é o segundo tipo mais comum, atrás apenas do câncer de mama, e lidera em número de mortes. “Para quem tem histórico de consumo elevado de cigarro, a tomografia de baixa dose é indicada entre 50 e 80 anos. Esse exame permite o diagnóstico precoce e aumenta as chances de tratamento efetivo”, explica a médica.

A oncologista reforça que a forma mais eficiente de reduzir riscos é parar de fumar. As unidades de saúde oferecem apoio gratuito, com planos de tratamento individualizados. Os benefícios são imediatos: em 20 minutos, a pressão arterial e a pulsação se normalizam; em um ano, o risco de doenças cardíacas cai pela metade; e em 10 anos, a probabilidade de desenvolver câncer de pulmão reduz-se em 50%. O cigarro e outros produtos derivados do tabaco não possuem quantidade segura de consumo. Somente na fumaça do cigarro são encontradas mais de 4.700 substâncias tóxicas, algumas com efeito cancerígeno. Entre elas estão o alcatrão e a nicotina. A nicotina atua como estimulante do sistema nervoso central, eleva a pressão e a frequência cardíaca, diminui o apetite e pode provocar náusea e vômito. Já o alcatrão, composto por diversas substâncias químicas, está associado a doenças cardiovasculares e ao desenvolvimento de vários tipos de câncer. O tabagismo pode desencadear aproximadamente 50 problemas de saúde, entre eles infarto do miocárdio, derrame, enfisema pulmonar, câncer de pulmão, laringe, traqueia e brônquio, além de infertilidade feminina, impotência masculina, hipertensão e diabetes. Estudos indicam que 90% das pessoas que desenvolvem câncer de pulmão apresentam o tabagismo como fator determinante.

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