
China escolhe Goiás para investir

A China está investindo, cada vez mais, em Goiás. Investidores chineses desembarcam no estado com a instalação de filiais de empresas ou anunciam investimentos em grandes obras de infraestrutura nas áreas de energia e transportes em municípios goianos. O estado já contabiliza 253 empresas de capital chinês ou filiais de empresas chinesas, entre atuais e futuros empreendimentos de vários segmentos, da extração de minérios à produção de máquinas e equipamentos de alta tecnologia.
Um dos investimentos de maior destaque é a construção da ferrovia Rransoceânica, que vai conectar os litorais do Brasil, no Oceano Atlântico, ao do Peru, no Pacífico, passando pelo município de Mara Rosa, no norte do estado. A Infra S.A., empresa pública ligada ao Ministério dos Transportes, vai trabalhar com o Instituto de Planejamento e Pesquisa Econômica da China State Railway Group para o desenvolvimento de estudos de viabilidade da ferrovia.
O empreendimento pode custar até US$ 100 bilhões, ou cerca de R$ 550 bilhões. A expectativa é que a parte mais significativa dos trilhos, que compreende os eixos da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), seja leiloada no primeiro semestre de 2026, conectando Ilhéus (BA) e Lucas do Rio Verde (MT). Com a obra, o país asiático terá acesso mais rápido e barato às commodities brasileiras, como soja e minério de ferro. No caminho inverso, produtos industrializados chineses chegarão com mais rapidez à América do Sul.
A multinacional chinesa Teld Eco Charger confirmou a construção de uma fábrica de carregadores elétricos no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), com investimento de R$ 100 milhões. A Teld Eco Charger detém 42% da produção de carregadores elétricos na China e é uma das líderes globais na fabricação de equipamentos para carros e ônibus elétricos. A empresa também implantará três eletropostos de carregamento rápido em Goiânia, com recarga de até 20 minutos.
O investimento reforça a posição de Goiás como polo estratégico para a indústria de energética no Brasil. O acordo foi formalizado após negociações iniciadas em uma missão oficial à China, em 2023. "O fato de essa gigante asiática ter escolhido se instalar no estado demonstra a potência da economia goiana, que está na vanguarda do desenvolvimento sustentável", disse o secretário de Indústria e Comércio de Goiás, Joel Sant'Anna, que foi à China oficializar um acordo com o vice-presidente da Teld, Tiecai Liu.
Para o secretário, empresas já instaladas aqui, como a Weichai, a maior fabricante de máquinas da China, têm despertado a curiosidade de outras por Goiás, que tem toda infraestrutura necessária para os investimentos. "Em um ano, fui quatro vezes à China, convidado para assinar protocolos, com eles mandando a passagem e a hospedagem, diante do grande interesse por nós", diz o secretário.
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