Caixa vai leiloar 569 imóveis em todo o País; 69 deles são em Goiás

Localizados em 18 municípios goianos, há casas, apartamentos, terrenos e salas; lances iniciais vão de R$ 40 mil a R$ 1,8 milhão, à vista ou financiado
Por O Popular
Data: 07/02/2025
Condomínio Porto Dourado: um apartamento está entre unidades que serão leiloadas pela Caixa (Wildes Barbosa / O Popular)

A Caixa Econômica Federal vai leiloar 569 imóveis em todo o País, entre casas, apartamentos, salas comerciais e terrenos, localizados em 25 estados, nos próximos dias 10 e 17 de fevereiro. Só em Goiás, serão 69 imóveis situados em 18 municípios . Os lances iniciais vão de R$ 40 mil a R$ 1,8 milhão, com pagamento à vista ou financiado pela instituição, inclusive com a possibilidade de uso do FGTS.

Os imóveis retomados pela Caixa serão leiloados pela Leilões Brasil, através de leilão público, de forma eletrônica. O gestor administrativo da leiloeira, Célio Gonçalves, afirma que os imóveis ofertados são uma boa oportunidade para comprar a casa própria ou fazer um investimento para locação e complemento de renda para aposentadoria, por exemplo.

Ele explica que, no dia 10 (segunda-feira), acontecerá o primeiro leilão com os imóveis ofertados pelo valor de avaliação. Já no segundo leilão, que será realizado no dia 17, a venda será pelo valor do débito atualizado. Aqueles que não forem vendidos, depois poderão ser vendidos por licitação aberta.

Em Goiás, os descontos podem chegar aos 40%. Gonçalves dá o exemplo de um apartamento de dois quartos, localizado no condomínio Porto Dourado 1, no bairro Residencial Porto Dourado, em Goiânia, com 46,28 metros quadrados, que terá lance inicial de R$ 150 mil no dia 10. Caso não seja comercializado, o valor do lance será de R$ 90 mil no segundo leilão.

Já uma casa de dois quartos em Caldas Novas, situada no residencial Olga Atamanchuk, com terreno de 165,8 metros quadrados, terá lance inicial de R$ 203 mil no primeiro leilão e de R$ 121,8 mil no segundo. Para conferir a lista completa dos imóveis que serão ofertados e os respectivos valores, o interessado pode acessar o site da Caixa (www.caixa.gov.br/imoveiscaixa) ou da Leilões Brasil (www.leiloesbrasil.com.br).

Para participar do leilão, a pessoa deve se cadastrar no site da leiloeira. Os municípios com o maior número de imóveis disponíveis são Cidade Ocidental, Valparaíso e Águas Lindas, todos localizados na região do Entorno do Distrito Federal. Serão quatro unidades em Goiânia e outras quatro em Aparecida de Goiânia.

O gestor da Leilões Brasil lembra que o leilão também pode ser uma oportunidade para investir em imóveis em cidades turísticas, como Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Recife (PE), Itaquaquecetuba (SP) e outras. Isso porque uma propriedade nestas cidades pode ser utilizada para lazer ou locação em plataformas de hospedagem, gerando uma renda extra.

Cuidados

Mas a empresa leiloeira também alerta para os cuidados necessários, como ler o edital com calma, se informando dos detalhes, e visitar o imóvel e levantar todas as informações possíveis sobre ele. Outra dica é avaliar bem a certidão de matrícula atualizada do imóvel e se aprofundar na busca por informações mercadológicas. Também é possível buscar ajuda de algum escritório ou profissional especialista para ajudar na melhor tomada de decisão.

Vale lembrar que o arrematante pagará uma comissão de 5% da proposta ao leiloeiro, um valor não incluso no lance. "A compra de imóveis da Caixa pode ser uma grande oportunidade porque ela sempre tem um volume grande em estoque", alerta o leiloeiro. Por se tratar de imóveis retomados de mutuários inadimplentes, ele lembra que a desocupação ficará a cargo do comprador. "Às vezes, só com o auto de arrematação, que deve ser registrado em cartório, a pessoa já consegue isso."

Apesar da necessidade de desocupação gerar uma certa insegurança entre alguns interessados pelos imóveis, o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH-GO), Wilson Rascovit, reconhece que, hoje, de certa forma, é mais fácil retirar o morador. Ele explica que é preciso notificar o mutuário, dando um prazo de 30 dias para desocupação. "Caso ele não saia, basta entrar com a ação de admissão na posse", explica.

Segundo ele, hoje, entre 90% e 95% dos juízes concedem liminar favorável à retirada daquele mutuário que adquiriu o imóvel. Por isso, basta fazer essa notificação e ingressar com ação, caso a pessoa se recuse a sair.

"Antigamente, isso era bem mais complicado. Hoje, por se tratar de um contrato com alienação fiduciária, essa retomada ficou bem mais fácil", afirma Rascovit.

Ele recomenda que os interessados no leilão confiram se, realmente, o valor pedido condiz com a realidade do imóvel. "Muitas vezes, no site da Caixa só tem uma foto e você não sabe como está lá dentro. Por isso, muitas vezes, compensa comprar quando tem um deságio, ou seja, valendo 100, você compra por 60. Tem que tomar cuidado só com isso: se o investimento realmente vai compensar. De resto, é um bom investimento", avalia.

Porém, o presidente da ABMH-GO alerta que também é preciso considerar a possibilidade, mesmo que pequena, do juiz não conceder a liminar de desocupação. Ele conta que há casos na associação de pessoas que já estão morando num imóvel leiloado há oito anos e quem adquiriu até hoje não conseguiu tomar posse. "Nós estamos fazendo a defesa dessa pessoa, alegando que foi feito o leilão a preço vil e discutindo no processo", adverte.

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