
Prefeitura de Goiânia vai rever sistema da Área Azul

O sistema de estacionamento rotativo pago em Goiânia passa por estudos na Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET) para a implantação de uma nova plataforma para a venda de vagas. Desde agosto do ano passado, a venda ocorre pelo aplicativo Gyn 24 Horas, sendo que, desde outubro, os talões com os bilhetes físicos deixaram de ser distribuídos e vendidos nos pontos espalhados pela cidade. Porém, motoristas e agentes de trânsito apontam que o sistema utilizado no aplicativo apresenta instabilidade, se tornando ineficaz e com perda de arrecadação, que chegou na ordem de 43,6% entre 2023 e 2024.
A SET destaca que a Área Azul continua em funcionamento, com a venda de utilização das vagas exclusivamente através do aplicativo Gyn 24horas e não mais por talões. E, mesmo estando em funcionamento, "é uma plataforma que apresenta inconsistências que foram observadas ao longo dos meses de uso". Entre os problemas constatados está o fato do "aplicativo sai do ar com frequência", além da quantidade de dados que é pedida ao fazer o cadastro, "que nem sempre o motorista tem a paciência, habilidade ou até mesmo tempo para dedicar a isso após deixar o carro estacionado na rua".
Estes fatores estão em avaliação pela secretaria e "podem sofrer alterações visando maior facilidade e até mesmo aderência do motorista ao método de cobrança". Para se ter uma ideia, em todo o ano de 2023, em que havia ainda apenas a venda dos talões de papel, foram vendidos 52.279 bilhetes, que gerou uma arrecadação de R$ 848.083,50. Em 2024, o valor arrecadado foi de R$ 477.676,45, sendo que 76,8% deste total foi entre janeiro e junho, quando as vendas foram exclusivamente pelos talões. As vendas de vagas on-line, pelo aplicativo, começaram em julho do ano passado e, até dezembro do mesmo ano, foram arrecadados R$ 110.395,45.
Neste ano, até esta quarta-feira (22), a SET aponta a venda de 7506 vagas e arrecadação de R$ 14.691,70. "Estudos já foram iniciados para a substituição da plataforma utilizada atualmente, que infelizmente tem se mostrado ineficaz e inviável, pois dificulta tanto para o motorista quanto para o agente fiscalizador. Exemplo disso é a queda brusca de arrecadação se compararmos os anos de 2023 com 2024, em que tal tecnologia perde até para o mecanismo de cobrança por talão de papel", informa a SET. Segundo a secretaria, a intenção é montar um aplicativo exclusivo da Área Azul, semelhante ao que já funciona em outras capitais, como Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo.
A SET explica que, neste aplicativo, "a pessoa conseguirá acompanhar em tempo real onde tem vagas disponíveis, colocar saldo para ser utilizado gradativamente, ou seja, algo muito mais intuitivo e simples de ser usado". Na gestão anterior, a Prefeitura tinha o projeto de licitar a gestão da Área Azul em Goiânia já com a expansão do número de vagas. A projeção de um certame para a contratação existiu desde 2021, mas o edital só foi publicado em maio de 2023 e previa uma receita de R$ 233 milhões no contrato de 10 anos.
Em fevereiro de 2024, o Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) emitiu parecer que pedia a anulação do processo licitatório em razão de irregularidades. Em maio do mesmo ano, a administração municipal acatou a sugestão e anulou o edital, sob a intenção de buscar alternativas para aperfeiçoar a Área Azul da capital, especialmente quanto à digitalização da compra das vagas de estacionamento, visto que o sistema por talões era considerado ultrapassado. Foi nesse processo que surgiu o sistema de cobrança via o aplicativo oficial do Paço, que se mostrou ineficiente.
Atualmente, Goiânia possui 3.841 vagas em que há a cobrança de R$ 1,50 pelo estacionamento por 1 hora e R$ 2,50 por 2 horas. As vagas são distribuídas no Setor Central, com 1712; Setor Campinas, com 1979 vagas; e 150 vagas na região da Rua 44. A previsão atual da SET é fazer uma ampliação para até 16 mil vagas na cidade. Este aumento da Área Azul, segundo a secretaria, contemplaria os setores Oeste, Marista, Aeroporto, Bueno e Universitário, além de aumento dos lugares de cobrança nos bairros que já têm o serviço.
Zona 40 só teve 1 óbito desde 2016
De acordo com a coluna Giro, do POPULAR , uma comissão de vereadores, liderada por Sebastião Peixoto (PSDB), se reuniu com o prefeito Sandro Mabel (UB) nesta semana e sugeriu ao chefe do executivo o aumento de velocidade na região do Setor Central de Goiânia. Desde 2016, a velocidade em parte do bairro foi limitada em 40 quilômetros por hora (km/h) com o objetivo de reduzir a quantidade de acidentes na região. A ideia dos parlamentares é aumentar a velocidade para 50 km/h. Segundo a Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET), desde a mudança apenas um óbito foi registrado, com desrespeito à velocidade da via.
"A Zona 40 foi implantada em Goiânia em 2016 e foi eficaz para aumentar a segurança e melhorar a fluidez do trânsito no Setor Central. O número de acidentes na região central em 2014, antes da Zona 40, foi altíssimo, com 1.754 acidentes, 841 feridos e 5 mortes. Por isso mesmo, a implementação de velocidade máxima em 40km/h em um local com tanto fluxo de pedestres e veículos no geral é considerada um sucesso", informa a SET. A secretaria diz que, sobre o pedido dos vereadores, este ainda não chegou formalmente à pasta.
A SET reitera que, de qualquer forma, assim que o pedido chegar, a pasta vai se "empenhar em fazer uma avaliação, analisar as estatísticas e levar em consideração, não só a viabilidade como também a segurança de todos". Segundo considera, "estudos da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Organização Mundial da Saúde (OMS) e do New York City Department Of Transportation apontam que quando um pedestre é atropelado a 60 km/h a chance de ser fatal é de 98%, enquanto se o acidente ocorrer a 40 km/h essa porcentagem cai para 35%".
Com isso, os técnicos acreditam que "qualquer possível mudança pede responsabilidade, avaliação e estudo criterioso e é desta forma que a Secretaria de Engenharia de Trânsito se compromete a fazer". Na época em que a Zona 40 foi implantada, houve questionamento dos comerciantes da região central de Goiânia temendo uma redução do movimento em razão do receio dos motoristas em trafegar no local, visto que a medida foi feita junto com o aumento da fiscalização eletrônica e até mesmo com o uso de radares móveis em determinados momentos e dias.
O aumento da velocidade chegou a ser uma reivindicação dos comerciantes locais. Porém, havia a argumentação de que a medida poderia redundar em um aumento das vendas para os comerciantes, tanto em relação à possível maior presença de pedestres, pela segurança nas vias com a redução da velocidade, como também pela possibilidade de os motoristas visualizarem as lojas, por estarem mais devagar, e serem atraídos. O objetivo, todavia, era a redução dos acidentes, sobretudo de atropelamentos aos pedestres que se locomovem na região.
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