H1N1 registra baixa procura à vacina e alta de casos graves

Neste ano, ocorreram 6.010 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave com 631 mortes
Por O Hoje
Data: 01/11/2024
Desde 30 de abril, a vacina está disponível para todas as pessoas com mais de 6 meses de idade

A campanha de vacinação contra a H1N1 em Goiás enfrenta grandes desafios em atrair a população. Desde 30 de abril, a vacina está disponível para todas as pessoas com mais de 6 meses de idade, mas a adesão tem sido baixa, apesar do aumento nos casos graves da doença.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SESGO), em 2024 foram registrados 6.010 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), desses, 631 resultaram em óbito. Entre os casos de SRAG, 12,16% (731) foram causados pelo vírus Influenza, sendo 246 por Influenza A/H1N1, 81 por Influenza A/H3N2, 369 por Influenza A não subtipado, e 35 por Influenza B. As crianças menores de 2 anos e os idosos foram os grupos mais afetados.

Até o momento, o estado notificou 94 mortes por influenza, das quais 47 foram atribuídas à Influenza A/H1N1. Entre os demais óbitos, 14 foram causados por Influenza A/H3N2, 30 por Influenza A não subtipado e 3 por Influenza B. A maioria das vítimas fatais também pertence ao grupo dos idosos.

Além disso, nove surtos de influenza foram registrados em Goiás este ano, sendo sete deles em escolas. Goiânia foi o município mais afetado, com cinco surtos (quatro em escolas e um em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos - ILPI). Em Rio Verde, ocorreram dois surtos, um em uma ILPI e outro em uma escola. Aparecida de Goiânia e Ivolândia também tiveram registros em unidades de ensino.

Joice Dornelles, gerente de imunização da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), destacou que, apesar de uma melhora recente na procura pela vacina, o percentual de cobertura vacinal ainda é alarmantemente baixo, atingindo apenas 46%. “Esse número está bem aquém do recomendado pelo Ministério da Saúde, que é de 90%”, afirma.

A vacinação começou com a priorização de grupos de risco, como gestantes, crianças e idosos. Após essa fase inicial, a vacina foi disponibilizada para toda a população acima de seis meses. Joice ressaltou que o aumento na adesão nas últimas semanas foi impulsionado pela divulgação de surtos da doença em escolas, que alertaram a população sobre a importância da imunização.

“Os surtos identificados em Goiânia e Aparecida de Goiânia exigiram uma resposta rápida. A investigação dos casos é minuciosa e envolve tanto a vigilância epidemiológica quanto a orientação aos profissionais de saúde e educação”, explica Joice. Apesar da atenção dada à situação, a cobertura vacinal ainda é considerada insuficiente, especialmente em um cenário onde casos e óbitos foram registrados.

Os fatores que contribuem para a baixa adesão à vacina são diversos, segundo a gerente. Entre eles, a disseminação de fake news sobre a eficácia e segurança das vacinas se destaca como um dos principais obstáculos. Além disso, o acesso à vacinação também tem sido um desafio, especialmente para aqueles que trabalham em horários comerciais, dificultando a vacinação de crianças e adultos.

“A gente vem sempre recomendando que as secretarias municipais adotem horários alternativos, como a abertura das unidades de saúde nos finais de semana, para facilitar o acesso à vacina”, comenta. A SES-GO também tem colaborado com as escolas, promovendo campanhas de conscientização que enfatizam a importância da vacinação e a manutenção da caderneta de vacinação em dia.

De acordo com a Joice Dornelles, diante do cenário de desinformação, a SES-GO desenvolve ações para esclarecer a população sobre os benefícios da vacina contra a H1N1. A gerente mencionou que a secretaria tem utilizado canais de comunicação oficiais, como sites e redes sociais, para disseminar informações corretas e desmentir boatos.

“Trabalhamos em várias frentes. Assim que uma informação falsa circula, nossa equipe de comunicação atua rapidamente para corrigi-la e garantir que os cidadãos tenham acesso a dados verídicos sobre as vacinas”, afirmou. A secretaria também está colaborando com órgãos de controle para combater a desinformação, que pode ser prejudicial à saúde pública.

Ícone Mais Notícias
Esteja sempre atualizado sobre os principais acontecimentos