
Mulheres goianas que ficaram para a história

Pioneiras, elas desafiaram o sistema e abriram caminho para novas mulheres brilharem em diversas áreas. Nesta semana, que se comemora o Dia das Mulheres, DM relembra a trajetória de figuras femininas históricas, que colocaram as mulheres em outro patamar na história.
Damiana da Cunha
Foi uma importante figura política do Brasil Colonial. Viveu no final do século XVIII e início do século XIX. Fazia um papel nada comum para as mulheres da época, sobretudo enquanto indígena. Mas sua atuação é motivo de controvérsia.
Era Panará-Caiapó, neta do cacique Angraí-ocha. Mas, ainda muito nova, morou com o governador da capitania de Goiás, Luís da Cunha Meneses, amigo do seu avô. Ganhou, assim, o nome Damiana e o sobrenome do governador. Sw tornou cristã e foi batizada. Por outro lado, cresceu no aldeamento e nunca perdeu a língua materna e, tampouco, se distanciou de seu povo.
De acordo com a historiadora Milena Bastos, Damiana era diplomática e articuladora e suas missões eram bem sucedidas, até mesmo nas aldeias consideradas mais fechadas. Para Milena, Damiana fazia o trabalho com boa fé, pois tinha a convicção de que seguir para os aldeamentos era a melhor opção para a tribo, já que ela mesmo tinha vivido em uma. “Mas o indígena tinha cultura de liberdade e muitos não adptavam”, conta a historiadora.
Santa Dica
Nasceu em 1905 na Fazenda Mozondó, atual Lagolândia, a 40 km de Pirenópolis. Depois que recebeu cura milagrosa, começou a realizar também curas, ganhando fama e seguidores.
Criou a República dos Anjos e sua fama se espalhou pelo Brasil. Sua meta era transformar Lagolândia em uma terra na qual o dinheiro não era usado e não havia opressores nem oprimidos. Conseguiu reunir um exército de 1.500 homens e 4.000 eleitores.
Sua influência começou a incomodar poderosos da política e até da Igreja. Associavam Dica com a história de Canudos. Alguns jornais goianos começaram a denunciá-la. Em 1925, o reduto foi metralhado por tropa enviada pelo presidente do Estado de Goiás e Dica foi presa.
Mas dizem, que por seu exército ter proteção divina, não aconteceu um massacre. Ao ser libertada no ano seguinte mudou-se para o Rio de Janeiro, onde conheceu o jornalista Mário Mendes, com quem se casou e teve filhos. Dica morreu em Goiânia no ano de 1970, mas foi sepultada em Lagolândia, onde o povoado conta com centenas de habitantes que preservam o mito de Santa Dica.
Cora Coralina
Considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, ela escrevia desde a adolescência, mas teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965, quando já tinha quase 76 anos de idade. Inspirada, sábia e poética escreveu sobre a Cidade de Goiás, o tempo e a realidade das mulheres dos anos de 1900. Nos últimos anos de vida sua obra foi reconhecida, foi agraciada com o título de Doutor Honoris Causa da UFG e em 1984 foi nomeada para a Academia Goiana de Letras, ocupando a cadeira n.º 38.
Leodegária de Jesus
A poetisa negra publicou o primeiro livro de poesia de autoria feminina em Goiás, intitulado “Coroa de Lyrios”. Nascida em Caldas Novas, viveu em Jataí até os 14 anos. Com a eleição do pai, mudou-se com a família para a então capital do estado, onde passou a estudar no Colégio Sant’Ana. Começou a participar, em 1907, do Clube Literário Goiano e chegou a comandar suas sessões. Foi membro fundadora e redatora do semanário “A Rosa”, órgão de ativismo das mulheres da Vila Boa, por meio da escrita.
Nhanhá do Couto
Musicista e promotora cultural. Viveu na Cidade de Goiás. Montou a primeira orquestra da cidade e compôs os fundos musicais para os filmes mudos. Fundou um clube carnavalesco de mulheres e a primeira orquestra feminina do Brasil. Criou grupos de teatro e música em várias localidades do estado. É avó da também grande pianista Belkiss Spenzieri Carneiro que foi fundadora do Conservatório de Música, atualmente a Escola de Música e Artes Cênicas.
Berenice Artiaga
Nascida na Cidade de Goiás, foi a primeira deputada estadual goiana. Eleita em 1951, substituiu a candidatura do marido, Getúlio Artiaga, que foi assassinado ao tentar separar uma briga. Foi professora, tabeliã e funcionária pública.
Chica Machado
Negra e pouco lembrada na história, foi comprada como escrava aos 13 anos, mas conseguiu ganhar destaque na sociedade da época, na região de Niquelândia. Com o ouro que tinha, comprava escravos para libertá-los, assim ganhou seguidores. Construiu igreja para os negros e revolucionou os costumes ao integrar os escravos na sociedade conservadora da época
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