Feira propõe agregar valor a produtos e expandir mercado goiano

Lançamento da Ficomex reforça oportunidades de negócios internacionais para empresas de Goiás e outros 6 estados do Consórcio Brasil Central
Por O Popular
Data: 01/03/2024
Rubens Fileti, presidente da Acieg: estado buscará vender produtos beneficiados (Divulgação / FICOMEX)

Goiás é conhecido mundialmente por seu grande potencial de exportações de commodities, principalmente soja, carnes, milho e minérios. Mas, para o estado elevar sua participação no comércio exterior, aumentando o valor e as riquezas geradas por suas exportações, terá de investir mais na agregação de valor a este grande volume de matérias-primas que produz, o que passa pela maior industrialização. Os caminhos para incrementar a participação das empresas goianas no comércio internacional serão discutidos durante a Feira Internacional de Comércio Exterior do Brasil Central (Ficomex), entre os dias 27 e 29 de agosto de 2024, no Centro de Convenções em Goiânia.

O evento foi lançado nesta quinta-feira (29), na sede da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Goiás (Acieg), reunindo autoridades, dirigentes classistas e empresários para a apresentação do projeto.

O maior objetivo da Ficomex é promover e alavancar o comércio exterior dos sete estados que formam o Consórcio Brasil Central: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Tocantins, Maranhão e Rondônia. Durante a feira, que contará com a participação de vários segmentos econômicos, haverá rodadas de negócios entre empresas brasileiras e estrangeiras para a formação de futuras parcerias comerciais.

Já estão confirmadas as participações de 48 embaixadas e 45 câmaras de comércio exterior, além de 160 expositores de diversos países na Ficomex, que será realizada pela Câmara de Comércio Exterior da Acieg, em parceria com entidades empresariais, terceiro setor e poder público.

Para o presidente da Câmara de Comércio Exterior da Acieg, Getúlio Faria, a Ficomex será uma grande oportunidade para as empresas goianas e de outros estados expandirem seus negócios para outros países, o que vai promover o crescimento do comércio exterior de Goiás e dos demais estados que estarão na feira.

Industrializar

As commodities ainda são a base das exportações goianas, com destaque para os complexos soja e carnes. Apesar da grande importância destes produtos para a balança comercial do estado, o presidente da Acieg, Rubens Fileti, lembra que o desempenho destes produtos ainda fica muito sujeito às variações das cotações internacionais, produtividades das safras ou à variação do dólar. Por isso, o incremento da balança comercial goiana ainda depende de uma maior industrialização de matérias-primas.

“Com a feira, queremos começar a trazer esta discussão e mostrar que também podemos vender produtos beneficiados, e não apenas matérias-primas”, destaca Fileti. Ele dá o exemplo dos minérios extraídos no estado, que podem ser beneficiados aqui antes de serem exportados, elevando muito seu valor agregado.

“Também podemos exportar serviços, como os de tecnologia, um ouro que temos nas mãos. Temos um diamante que precisa ser lapidado”, diz o presidente da Fieg, lembrando que Goiás tem o primeiro curso de Inteligência Artificial do País, oferecido pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

Rubens Fileti observa que Goiás é sempre apontado como um polo de produção de commodities em feiras internacionais do agronegócio. “Mas por quenão podemos também atrair interessados em nosso capital intelectual junto com estas matérias-primas, produzindo aqui e sendo um grande centro exportador?”, questiona. Segundo ele, um dos grandes objetivos da Ficomex é despertar empresas e o setor público para a necessidade de o estado não ser mais tão dependente da venda de matérias-primas e investir mais na agregação de valor.

“Temos muito potencial para exploração de nossas frutas. O México, por exemplo, é um mercado grande comprador de abacate e podemos explorar muito isso”, alerta o presidente da Acieg.

A feira quer mostrar oportunidades existentes, ampliar os conhecimentos dos empresários sobre o mercado externo, principalmente de micro e pequenas empresas, e as possibilidades de aumentar o valor das exportações. “Aí também entra o papel do estado, com apoio e incentivo, dando maior segurança jurídica para que os empresários possam investir”, completa.

No lançamento da Ficomex, o vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB), destacou a importância do evento para o crescimento econômico de Goiás e ressaltou a relação do estado com diversos países. Segundo ele, é necessário receber pessoas e empresas de outros países para conhecer os produtos goianos.

“Goiás já é um grande exportador e iniciativas como essa fortalecem ainda mais a nossa participação no comércio exterior”, destacou Vilela. Para ele, a feira é muito importante para promover essa sinergia, conhecimento e troca de informações entre empresas e compradores.

O presidente da Câmara de Comércio Exterior da Acieg, Getúlio Faria, enfatiza que a Ficomex será uma grande oportunidade para as empresas goianas e de outros estados do Brasil Central expandirem seus negócios para outros países.

“A Ficomex contribuirá para a expansão dos negócios internacionais de Goiás e do Centro-Norte brasileiro, pois terá a participação de dezenas de embaixadas e câmaras de comércio exterior de países interessados em fazer negócios com empresas brasileiras”, argumenta.

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