
Cúrcuma é a nova estrela no combate ao envelhecimento

Tempero tradicional na culinária goiana, a cúrcuma, mais conhecida como açafrão-da-terra, tem se tornado cada vez mais recomendada por nutricionistas e profissionais da saúde. O produto retirado da raiz da Curcuma longa , nome científico da planta amplamente produzida no Norte de Goiás, possui um poderoso efeito antioxidante e anti-inflamatório, podendo ser inserida na rotina alimentar e suplementar.
É o que garante a biotecnologista Jordana Fernandes, de 29 anos, que há 7 meses tem consumido cápsulas de cúrcuma diariamente. “Depois de ter Covid e outras infecções virais, comecei a fazer a utilização de alguns suplementos e dentre eles a cúrcuma. O principal benefício que senti foi a diminuição de casos de gripes e infecções de vias aéreas e vias respiratórias”, diz.
Doutora em Medicina Tropical e Saúde Pública pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Jordana se debruçou sob os estudos da curcumina, princípio ativo da cúrcuma. De acordo com a tese de doutorado dela, a curcumina consegue atuar em algumas vias importantes do organismo diminuindo lesões decorrentes de quadros inflamatórios sistêmicos, como a sepse e suas complicações.
“Tivemos resultados bem positivos sobre o princípio ativo da curcumina. O uso dela pode ajudar muito nos quadros anti-inflamatórios e no fortalecimento do sistema imunológico, inclusive para pessoas que tenham alguma comorbidade. É um suplemento que vai fazer bem para o combate de diversas doenças”, garante.
Jordana tem companhia de peso na defesa da cúrcuma como uma substância altamente benéfica ao organismo. Recentemente, um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que o consumo regular da cúrcuma pode retardar o processo de envelhecimento em apenas seis semanas. Segundo os especialistas de Harvard, a espécie aromática ajuda a prevenir a perda muscular, dores ósseas, problemas de memória, melhora a circulação sanguínea, reduz o colesterol ruim e fortalece o sistema imunológico. A cúrcuma ainda é apontada como aliada da pele, atuando como agente cicatrizante e hidratante.
Através de publicação no site Harvard Health Publishing, o autor Robert H. Shmerling explica que o consumo pode ser diário, da forma fresca, em pó ou em cápsulas. No entanto, antes de consumir qualquer suplemento, o ideal é sempre consultar um profissional de saúde.
Para a nutricionista Layza Fernanda Mello, a melhor forma de adquirir os benefícios da planta medicinal é por meio de suplementação com alta concentração de cúrcuma. Segundo ela, o produto pode ser inserido na rotina por meio de cápsulas manipuladas, que podem ser consumidas diariamente, ou por meio de uma injeção intramuscular, que pode manter seu efeito durante 15 a 20 dias.
“A cúrcuma somente tirada da alimentação tem uma quantidade muito baixa e seria insuficiente para uma ação antienvelhecimento. Nesse caso é necessária a suplementação que fornece esse benefício. Por ser antioxidante, ela vai diminuir o envelhecimento da pele e auxiliar no tratamento de doenças inflamatórias, combatendo o envelhecimento precoce”, conclui.
O nutrólogo Arthur Rocha também afirma que consumir a cúrcuma apenas como tempero não é suficiente para obter maiores benefícios à saúde. “A quantidade de açafrão que uma pessoa precisaria comer para atingir os benefícios do princípio ativo da cúrcuma seria muito alta”, diz.
Por ser um anti-inflamatório natural, a cúrcuma é muito eficiente, segundo Arthur, no tratamento de doenças como artrose e artrite, já que ela ajuda a aliviar dores musculares. “Também ajuda a combater a resistência à insulina e a diminuir a glicemia em jejum, além de reduzir o colesterol ruim, conhecido como LDL, e triglicérides. Melhora a digestão e é recomendada para pacientes que têm gastrite e úlcera gástrica”, ressalta.
Cuidados
Já a nutricionista Jordana Araújo alerta que é preciso cautela antes de ingerir a cúrcuma de maneira isolada. Especialista em nutrição esportiva pela Unesp, ela afirma que a suplementação da curcumina ainda necessita de mais estudos, principalmente em humanos.
A cúrcuma pode sim, segundo a especialista, ser uma aliada na alimentação. Entretanto, ela destaca: “O açafrão-da-terra é apenas mais um contribuinte para a saúde, mas o bom funcionamento do organismo depende de todo um contexto alimentar, assim como da prática de atividades físicas”.
Também é preciso observar a reação do organismo após o consumo, pois algumas pessoas podem ter alergia à cúrcuma. “Nesses casos, o uso poderia ser um problema.”
Cau Pampolini não abre mão do shot feito com açafrão-da-terra e limão (Diomício Gomes / O Popular)
Reforço imunológico
A digital influencer Cau Pampolini, de 41 anos, não abre mão do açafrão-da-terra na rotina para garantir o bem-estar. Desde 2017 consome uma bebida matinal que leva açafrão na receita e garante sentir os benefícios: “Faço um shot de imunidade pela manhã, em jejum, associando o açafrão ao própolis, limão e gengibre em pó. Toda vez que sinto a imunidade caindo um pouco, ou a mudança de clima, eu bebo o shot.”
Estudos apontam que o limão é um ótimo companheiros da cúrcuma, pois fornecem potássio, vitaminas C, E e K, sódio, cálcio, cobre, ferro, magnésio e zinco.
Cúrcuma x açafrão
A cúrcuma ou açafrão-da-terra (Curcuma longa) e o açafrão verdadeiro (Crocus sativus) são dois temperos distintos. Apesar da confusão em torno do nome, pois ambos são popularmente chamados de açafrão, eles possuem origem e características diferentes.
Amplamente utilizada no Brasil, a cúrcuma é uma planta medicinal originária da Ásia e pertence à família do gengibre (Zingiberaceae). Também é chamada de turmérico, açafrão-da-índia ou gengibre amarelo. A especiaria é feita a partir da raiz da planta e dá o tom amarelo quando utilizada em alimentos.
Já o açafrão verdadeiro é obtido dos estigmas da flor da Crocus sativus, que pertence à família das Iridáceas. É cultivado principalmente em regiões mediterrâneas e tem uma cor vermelha intensa e um sabor bastante acentuado. É um produto muito caro e pouco utilizado no Brasil.
Produção reconhecida
Goiás é o maior produtor de cúrcuma no Brasil, com cerca de 30% da produção nacional. Grande parte desse plantio se concentra em Mara Rosa, cidade no Norte goiano que foi a primeira a ter o selo de indicação geográfica (IG), conferido a produtos característicos do seu local de origem.
A cidade conta com uma cooperativa de beneficiamento, a Cooperaçafrão, que reúne 40 cooperados, mas apenas 5 possuem o selo, segundo a produtora Magna Leles Pimentel, uma das certificadas. “Como é um produto basicamente orgânico, o otimismo é muito grande de que as pessoas hoje são mais preocupadas com a qualidade.”
No entanto, o Brasil ainda importa grande parte do que consome, principalmente da Índia.
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