Paralisada desde dezembro de 2021 e com cerca de 8% das obras realizadas, o trecho 1 do BRT Norte-Sul não tem mais previsão de sua continuidade. Desde 2022, o Paço Municipal tenta destravar o processo na Caixa para poder realizar o processo licitatório, mas o mesmo segue com pendências. No dia 18 de dezembro, a Caixa devolveu à Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) o processo com as alterações que aponta como necessárias e agora aguarda a devida devolutiva para uma nova análise e então liberar a licitação para finalizar a obra entre os terminais Isidória, em Goiânia, e Cruzeiro do Sul, em Aparecida de Goiânia.

A Caixa atua como mandatária da União no âmbito dos Programas de Repasse de Recursos do Orçamento Geral da União (OGU), dentro das transferências voluntárias e/ou transferências obrigatórias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O trecho 1 do BRT, desde o início do projeto, ainda em 2014, tem a previsão de ser financiado via OGU. “Em referência ao Termo de Compromisso MDR 0402097-67/2014, que tem como objeto o Corredor Goiás BRT Norte Sul (Trecho Terminal Cruzeiro do Sul até Terminal Integração Isidória), a Caixa informa que encontra-se em reprogramação pela Prefeitura e que, no momento, o banco aguarda o envio da documentação da reprogramação para análise.”

As pendências foram informadas à Prefeitura em dezembro de 2023, sendo a terceira vez no ano anterior em que o processo foi e voltou entre as entidades. Segundo a Seinfra, que chegou a responder ao POPULAR no ano passado que aguardava a análise final da Caixa para dezembro, quando seria feita a licitação, “toda a documentação relacionada ao trecho 1 do BRT, entre os Terminais Isidória e do Cruzeiro, bem como os projetos existentes, passam por ajustes e extensa revisão para evitar novas idas e vindas na Caixa, tornando o certame mais eficiente e a obra com menores riscos de paralisações”.

A secretaria complementa que a documentação será enviada nos próximos dias para a Caixa. O novo projeto da Prefeitura para o trecho está estimado em R$ 85,5 milhões, em valores orçados em meados do ano passado, e inclui o corredor exclusivo no trecho entre a praça da Avenida Laudelino Gomes até o Terminal Cruzeiro do Sul e uma obra de arte, do tipo trincheira, no cruzamento da Avenida Tapajós com a Avenida Rio Verde. Foi retirado um terminal que seria construído a frente dos Correios, que passa a ter uma estação de embarque. Esse terminal tinha sido inicialmente projetado para ser implantado no terreno ao lado da sede dos Correios da Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia, mas não houve acordo com a empresa da União pelo terreno. Outro motivo para a retirada foi na tentativa de redução dos custos.

Para se ter uma ideia, em 2020, a obra foi licitada por R$ 67,6 milhões, incluindo o terminal, com previsão de dois anos para a finalização. No entanto, a falta de orçamento para a continuidade da obra foi um dos motivos para a desistência do Consórcio Corredor Norte-Sul, formado pelas empresas GAE, Sobrado e JM. Em 2014, estava previsto o aporte de R$ 74 milhões do OGU para a construção do trecho. Ressalta-se que o trecho 2 do BRT Norte-Sul, entre os terminais Recanto do Bosque e Isidória, está em obras desde 2015 e sofreu novo aditivo no final de janeiro para até maio deste ano. No entanto, a previsão da Seinfra é que ele seja finalizado até o final deste mês de fevereiro.