Lula enfrenta pressão e busca mostrar resultados no Dia do Trabalho

Lula busca mostrar resultados sem novos anúncios para trabalhadores no Dia do Trabalho em São Paulo
Por O Hoje
Data: 02/05/2024
Lula busca mostrar resultados sem novos anúncios para trabalhadores no Dia do Trabalho em São Paulo | Foto: Ricardo Stuckert /PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta o segundo Dia do Trabalho de seu terceiro mandato sob a pressão de uma alta na reprovação de seu governo, enquanto busca mostrar resultados sem fazer novos anúncios para os trabalhadores. Apesar disso, o chefe do Executivo mantém o apoio das centrais sindicais, que historicamente têm sido pilares de seu suporte político. Um dos trunfos que Lula levará para a ocasião é o número positivo de vagas de empregos formais.

Na véspera do feriado, o Ministério do Trabalho divulgou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostraram a criação de 244.315 vagas formais em março, um número superior ao registrado no mesmo mês do ano anterior.

Os resultados de emprego devem ser um dos pontos centrais do discurso do presidente durante o evento, que acontecerá nesta quarta-feira (1º), no tradicional ato unificado das centrais sindicais em São Paulo, na Neo Química Arena, estádio do Corinthians.

Oportunidades

Desde o início de seu governo, a criação de empregos tem sido uma das principais defesas de Lula em suas falas públicas. Além disso, é esperado que o presidente mencione a lei da igualdade salarial, que busca equiparar os salários de homens e mulheres que ocupam a mesma posição, bem como o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado.

Embora chegue ao evento com números positivos, a ausência de novos anúncios para os trabalhadores têm frustrado o governo. Integrantes da gestão indicam que havia a intenção de apresentar propostas, mas estas não foram finalizadas a tempo.

No 1º de maio do ano passado, Lula divulgou a nova política de valorização do salário mínimo e o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda, além de ter feito um discurso político carregado, realizado poucos meses após os ataques golpistas de 8 de janeiro.

Nos últimos dias, o presidente tem pressionado seus ministros por um ritmo mais acelerado de entregas, em meio a uma queda nos índices de aprovação de seu governo. Uma pesquisa do Datafolha, divulgada no dia 21 de março, mostrou que a aprovação do governo Lula empatou tecnicamente com a sua rejeição, em 35% a 33%, evidenciando uma divisão na opinião pública.

Lula expressou sua preocupação com a inflação nos preços dos alimentos durante um café da manhã com jornalistas na semana passada, reafirmando uma de suas promessas de campanha em 2022 de buscar a queda nos preços dos alimentos ou o aumento dos salários.

Cobranças

Lideranças sindicais destacam a importância da fiscalização e aplicabilidade das medidas anunciadas pelo governo, citando como exemplo a fiscalização da igualdade salarial e o piso da enfermagem, cujos efeitos foram praticamente anulados após uma decisão do Supremo Tribunal Federal.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, enfrenta um rol de promessas não cumpridas, incluindo mudanças nas regras do saque-aniversário do FGTS e alterações na reforma trabalhista de 2017. Embora tenha apresentado um projeto de lei para regulamentar o trabalho por aplicativos de transporte de pessoas, este enfrenta resistência no Congresso e entre os motoristas.

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